quinta-feira, 9 de julho de 2009

Intervenção :: Making of


Uma considerável parte do semestre foi dedicada ao desenvolvimento da intervenção. Após a definição dos grupos, o primeiro passo foi e escolha do local. Como já mencionado em uma postagem anterior, a área próxima ao LAGEAR, incluindo o espaço externo à EA, sob a marquise, foi o local eleito. Contudo, antes de fazermos tal decisão, pensamos muito a respeito de outra área externa, próxima a área onde se localiza o caixa eletrônico. O acesso a esse espaço era uma tanto quanto labiríntico, o que nos agradou. Porém, a ausência de tomadas e proteção contra chuva foram pontos negativos. Além disso, alunos não passam por aquele lugar, o que tornaria nossa intervenção um tanto quanto isolada.
As primeiras idéias para a intervenção já envolviam uma tenda. Contudo, esta se localizaria no vão ao lado da escada e abrigaria correntes pendentes a partir do teto. As correntes, ao serem manuseadas, emitiriam sons diversos. Tal idéia foi abandonada por representar frágil relação com o lugar, que não tinha seus vários aspectos utilizados. Uma infinidade de idéias surgiu em seguida até que, por fim, optamos por erguer a tenda na área externa.
A confecção da tenda foi bastante dispendiosa. Passamos um dia inteiro percorrendo lojas à procura dos melhores tecidos e preços. Desejávamos panos elásticos para tornarem a tenda maleável. Por isso, optamos pelo cotton preto, pela microfibra branca e pelo suplex branco. Na microfibra, seriam projetados os desenhos. Os tecidos, após terem sido comprados, foram cortados em faixas para serem costurados. Depois, levamos os tecidos para a aplicação dos ilhós. Foi então que descobrimos que tecidos elásticos não admitem ilhós. A solução foi costurar retalhos de jeans nos locais destinados aos ilhós. Tal medida contribuiu para encarecer ainda mais a montagem da tenda, já bastante cara devido aos panos comprados.
Com grande parte da tenda pronta, passamos barbantes e cordas de varal em torno da marquise, já que não podíamos perfurá-la, para sustentar ganchos relativos aos ilhós. Além disso, buchas com parafusos na parte superior da marquise também apoiaram alguns ilhós. Para fixar alguns pontos da tenda na grama, utilizamos estacas de camping.
Enfrentamos dificuldades para determinar como ficaria o ambiente interno da intervenção. Pensamos em dependurar silhuetas de edificações desenhadas e posicionar lâmpadas que projetassem a sobra dessas construções nas paredes. Contudo, a sombra acabava por ficar difusa e ininteligível. A idéia de desenhar diretamente nas paredes com durex preto foi uma excelente saída, já que tinha um resultado incrível, preenchia o espaço e era de baixo custo. Além disso, o grupo todo podia trabalhar simultaneamente, o que agilizava um processo tão delicado. Não hesito ao afirmar que foi a parte mais prazerosa de todo o trabalho, uma vez que os elogios dos transeuntes somente motivavam o grupo a prosseguir com o trabalho.







Na tentativa de unir ambientes externo e interno, passamos fios de lã do eletroduto até a eletrocalha, como um prolongamento da tenda. Entretanto, julgo que tal intenção não ficou muito clara aos visitantes. Também na parte interior, posicionamos lâmpadas laranjas que, indubitavelmente, contribuíram para a beleza do ambiente. As placas associadas à interatividade da intervenção eram outro aspecto que também atuava como elemento decorativo, visto que o contraste do preto das placas com o mármore branco resultou num belo efeito.



Durante a confecção das placas, mais uma vez, o grupo pode trabalhar unido, já que era necessário o corte de jornal, papel contact, papel alumínio, fios e montagem das placas. Não enfrentamos dificuldades nessa etapa e tudo saiu conforme o previsto, funcionando perfeitamente.





A tenda ficava “escondida” em cima da marquise durante a noite e o processo diário de suspensão da tenda era bastante chato, apesar de necessário e até mesmo prático por tratar-se de uma tenda tão pesada. No dia anterior à intervenção, uma chuva ensopou a tenda e passamos o dia da estréia lavando e secando os tecidos, para que eles ficassem livres de mau cheiro ou umidade, o que desestimularia o ingresso dos visitantes. Porém, a tenda ficou pronta a tempo. Outro problema ocorrido bem no dia da inauguração foi a queda na conexão com a internet, que também foi resolvido adequadamente.













sexta-feira, 26 de junho de 2009

Ronaldo Macedo

Ronaldo Macedo é um cenógrafo e artista plástico mineiro que atua, principalmente, com a arte contemporânea. Ele é graduado em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Minas Gerais (1989) e mestre em Artes pela Universidade Estadual de Campinas (2001). Ronaldo Macedo trabalha com escultura, instalação, fotografia, performance e vídeo.

Na segunda "aula bônus" promovida pelos professores de Plástica e Expressão Gráfica, Ronaldo Macedo apresentou uma palestra na qual exibiu seus trabalhos. Merece destaque a vídeo-instalação Em Caixas, na qual são exibidas cenas de um homem sempre isolado em meio ao espaço cidade grande. É abordada a clausura do homem no espaço urbano.



Já a exposição Nonada, inspirada na obra de Guimarães Rosa, mostra esculturas em madeira relacionadas às carvoarias, ao Barroco mineiro e ao minimalismo.

O único aspecto negativo foi eu ter de sair da palestra pouco antes do sorteio de uma gravura do artista.

Intervenção

A proposta da intervenção era gerar, dentro da Escola de Arquitetura, um espaço que expusesse os trabalhos desenvolvidos ao longo do curso. Contudo, tal exposição não deveria limitar-se à apresentação do material em sua forma crua. Os trabalhos deveriam integrar-se ao ambiente, ou seja, ser espacializados. A interatividade e a virtualidade eram conceitos a serem abordados pela intervenção. Foi também requerida a comunicação de um grupo com outro.
O processo de execução foi árduo, mas recompensador. A convivência com os colegas do grupo definitivamente tornou a atividade mais prazerosa.
A abertura das intervenções, no dia 8 de junho, foi um sucesso e fiquei muito satisfeita com os resultados dos colegas e com o do meu grupo também.
Nossa intervenção, nomeada In Jogo, estabeleceu-se na área próxima ao LAGEAR, incluindo o espaço externo à EA, sob a marquise. Nesta região, erguemos uma tenda com dupla camada de tecido: a externa constituía uma fachada e escondia a interna, que não estava armada, mas caída, de modo a obter forma com o ingresso de visitantes. Desenhos eram rpojetados sobre a parte final da tenda, podendo ser fisicamente deformados pela manipulação do tecido e digitalmente alterados pelo pisar em placas espalhadas no ambiente interno.
A intervenção poderá ser melhor compreendida a partir do caderno técnico e do site.
As fotos abaixo mostram um pouco do trabalho:





Segue o código desenvolvido no Processing:

import fullscreen.*;
import processing.net.*;
import ddf.minim.*;
import ddf.minim.signals.*;
Client cl;
int inString;
String data;
int y;

FullScreen fs;

Minim minim;
AudioSnippet sn;
AudioSnippet sn2;
AudioSnippet sn3;
AudioSnippet sn4;
AudioSnippet sn5;
AudioSnippet sn6;
AudioSnippet sn7;
AudioSnippet sn8;
AudioSnippet sn9;
AudioSnippet sn10;
AudioSnippet sn11;
AudioSnippet sn12;
AudioSnippet sn13;
AudioSnippet sn14;
AudioSnippet sn15;
AudioSnippet sn16;
AudioSnippet sn17;
AudioSnippet sn18;
AudioSnippet sn19;
AudioSnippet sn20;
int x=0;
PImage b;
PImage f;
PImage g;
PImage h;
PImage i;
PImage j;
PImage k;
PImage l;
PImage m;
PImage n;
PImage el;
float c;
float al;
int d;
float e;
float v;

void setup()
{
size(1024,768);
background(255);
cl = new Client(this, "150.164.107.40", 5204);
fs = new FullScreen(this);
fs.enter();

minim = new Minim(this);
sn = minim.loadSnippet("1.1.mp3");
sn.loop();
sn2 = minim.loadSnippet("1.2.mp3");
sn2.loop();
sn3 = minim.loadSnippet("2.1.mp3");
sn4 = minim.loadSnippet("2.2.mp3");
sn5 = minim.loadSnippet("3.1.mp3");
sn6 = minim.loadSnippet("3.2.mp3");
sn7 = minim.loadSnippet("4.1.mp3");
sn8 = minim.loadSnippet("4.2.mp3");
sn9 = minim.loadSnippet("5.1.mp3");
sn10 = minim.loadSnippet("5.2.mp3");
sn11 = minim.loadSnippet("6.1.mp3");
sn12 = minim.loadSnippet("6.2.mp3");
sn13 = minim.loadSnippet("7.1.mp3");
sn14 = minim.loadSnippet("7.2.mp3");
sn15 = minim.loadSnippet("8.1.mp3");
sn16 = minim.loadSnippet("8.2.mp3");
sn17 = minim.loadSnippet("9.1.mp3");
sn18 = minim.loadSnippet("9.2.mp3");
sn19 = minim.loadSnippet("10.1.mp3");
sn20 = minim.loadSnippet("10.2.mp3");
b = loadImage("1.JPG");
f = loadImage("2.JPG");
g = loadImage("3.jpg");
h = loadImage("4.jpg");
i = loadImage("5.jpg");
j = loadImage("6.jpg");
k = loadImage("7.jpg");
l= loadImage("8.jpg");
m = loadImage("9.jpg");
n = loadImage("10.jpg");
el = loadImage("elevador.png");

}

void mouseClicked(){
if(x<=8){
x++;
}
else {
x=0;
}
}

void draw()
{
if (keyPressed) {
if (key == 'e' || key == 'E') {
c=1.9;
e=6;
d=255;
}else if (key == 'd' || key == 'D') {
c=1.6;
e=2;
d=200;
}else if (key == 'c' || key == 'C') {
c=1.3;
e=0;
d=175;
}else if (key == 'r' || key == 'R') {
c=1;
e=-5;
d=90;
}else if (key == 'f' || key == 'F') {
d=0;
e=-10;
}else if (key == 'v' || key == 'V') {
d=75;
e=-15;
}else if (key == '5' || key == '%') {
c=1;
d=75;
e=-20;
}else if (key == 'u' || key == 'U') {
al=1;
d=170;
v=-20;
}else if (key == 'j' || key == 'J') {
al=1.3;
v=-15;
}else if (key == 'm' || key == 'M') {
al=1.6;
d=255;
v=-10;
}else if (key == '6' || key == '¨') {
al=1.9;
d=175;
v=-3;
}else if (key == 'i' || key == 'I') {
d=75;
v=2;
}else if (key == 'k' || key == 'K') {
d=0;
v=6;
}
}

sn.setGain(v);
sn3.setGain(v);
sn5.setGain(v);
sn7.setGain(v);
sn9.setGain(v);
sn11.setGain(v);
sn13.setGain(v);
sn15.setGain(v);
sn17.setGain(v);
sn19.setGain(v);
sn2.setGain(e);
sn4.setGain(e);
sn6.setGain(e);
sn8.setGain(e);
sn10.setGain(e);
sn12.setGain(e);
sn14.setGain(e);
sn16.setGain(e);
sn18.setGain(e);
sn20.setGain(e);
sn.setBalance(1);
sn3.setBalance(1);
sn5.setBalance(1);
sn7.setBalance(1);
sn9.setBalance(1);
sn11.setBalance(1);
sn13.setBalance(1);
sn15.setBalance(1);
sn17.setBalance(1);
sn19.setBalance(1);
sn2.setBalance(-1);
sn4.setBalance(-1);
sn6.setBalance(-1);
sn8.setBalance(-1);
sn10.setBalance(-1);
sn12.setBalance(-1);
sn14.setBalance(-1);
sn16.setBalance(-1);
sn18.setBalance(-1);
sn20.setBalance(-1);


fill(255,d,0);
rect(0,0,width,height);
imageMode(CENTER);
tint(255, d,0);

if (x==0) {
sn19.pause();
sn20.pause();
sn3.loop();
sn4.loop();
image(b, width/2, height/2,b.width*c,b.height*al);
}else if(x==1){
sn.pause();
sn2.pause();
sn5.loop();
sn6.loop();
image(f, width/2, height/2,f.width*c,f.height*al);
}else if(x==2){
sn3.pause();
sn4.pause();
sn7.loop();
sn8.loop();
image(g, width/2, height/2,g.width*c,g.height*al);
}else if(x==3){
sn5.pause();
sn6.pause();
sn9.loop();
sn10.loop();
image(h, width/2, height/2,h.width*c,h.height*al);
}else if(x==4){
sn7.pause();
sn8.pause();
sn11.loop();
sn12.loop();
image(i, width/2, height/2,i.width*c,i.height*al);
}else if(x==5){
sn9.pause();
sn10.pause();
sn13.loop();
sn14.loop();
image(j, width/2, height/2,j.width*c,j.height*al);
}else if(x==6){
sn11.pause();
sn12.pause();
sn15.loop();
sn16.loop();
image(k, width/2, height/2,k.width*c,k.height*al);
}else if(x==7){
sn13.pause();
sn14.pause();
sn17.loop();
sn18.loop();
image(l, width/2, height/2,l.width*c,l.height*al);
}else if(x==8){
sn15.pause();
sn16.pause();
sn19.loop();
sn20.loop();
image(m, width/2, height/2,m.width*c,m.height*al);
}else if(x==9){
sn17.pause();
sn18.pause();
sn.loop();
sn2.loop();
image(n, width/2, height/2,n.width*c,n.height*al);
}
if (y==1){
image(el,width/2,height/2);}
else {
if (x==0) {
image(b, width/2, height/2,b.width*c,b.height*al);
}else if(x==1){
image(f, width/2, height/2,f.width*c,f.height*al);
}else if(x==2){
image(g, width/2, height/2,g.width*c,g.height*al);
}else if(x==3){
image(h, width/2, height/2,h.width*c,h.height*al);
}else if(x==4){
image(i, width/2, height/2,i.width*c,i.height*al);
}else if(x==5){
image(j, width/2, height/2,j.width*c,j.height*al);
}else if(x==6){
image(k, width/2, height/2,k.width*c,k.height*al);
}else if(x==7){
image(l, width/2, height/2,l.width*c,l.height*al);
}else if(x==8){
image(m, width/2, height/2,m.width*c,m.height*al);
}else if(x==9){
image(n, width/2, height/2,n.width*c,n.height*al);
}
}

if (cl.available() > 0) {
inString = cl.read();
println(inString);
if(inString==50){
y=1;
v=6;
e=6;
}
else if (inString==100){
y=2;
e=-13;
v=-13;
}
}
}

sábado, 16 de maio de 2009

Sobre Inhotim

Eu nunca havia visitado Inhotim, mas sempre ouvira excelentes comentários a respeito do lugar.
Crei uma enorme expectativa sobre da visita realizada dia 8 de maio e, ao chegar lá, fui plenamente correspondida. A paisagem é de tirar o fôlego e as obras expostas são incríveis. A companhia dos colegas, indubitavelmente, contribuiu para que o passeio fosse mais prazeroso e instrutivo, afinal, compartilhamos opiniões sobre tudo o que vimos. Pretendo regressar o mais breve possível.
A primeira galeria visitada foi a de Doris Salcedo. Permaneci nela, junto aos colegas do grupo da intervenão, por cerca de uma hora. Foi uma experiência extremamente rica e recompensadora. Nunca havia contemplado por tanto tempo uma mesma obra e, após a insistência dos professores nesse sentido, me surpreendi com o quão válido é tal procedimento. É somente após algum tempo que nos aprofundamos na leitura da instalação, partindo da primeira impressão para descobrirmos novas interpretações. A primeira sensação transmitida pela instalação, chamada Neither foi de vertigem, que intensificou-se à medida que me aproximei das paredes (atitude tomada por todos do grupo). Telas de ferro e gesso cobrem todas as paredes da galeria. Obsrevamos que nada na instalação parece estimular a permanência do visitante: o espaço é amplo e vazio, a iluminação é fria e há um padrão da grade na parede que se torna exaustivo com o passar do tempo. O nome da obra, uma expressão negativa, igualmente parece ser restritivo, pouco convidativo. Associamos o lugar a uma gaiola e ficamos sabendo que Doris Salcedo realmente prentendeu relacioná-lo aos campos de concentração. Daí, então, deriva o incômodo que o ambiente desperta.
Do mesmo modo, despendemos um bom tempo com a instalação Através, na Galeria Cildo Meireles. Isso se deveu, principalmente, à atenção do guia, que nos explicou inúmeras leituras da obra (próprias, de outros espectadores e de Cildo Meireles). Ele nos mostrou como os cacos de vidro no chão parecem mais assustadores do que realmente são quando entramos em contato com os mesmos, associando essa impressão ao fato de que, às vezes, pensamos que um problema é muito pior do que ele realmente é até que lidamos com ele. Além disso, ele nos mostrou como, do lado de fora da instalação, a bola de papel celofone parece mais iluminada do que realmente está. À essa constatação, aludem as ambições de cada pessoa: sonhamos com algo que, após conquistado, se mostra menos extraordinário do que nos parecia. Durante o processo da conquista (chegada à bola central) é que percorremos os obstáculos (cacos de vidro e barreiras). Ainda segundo o guia, Cildo Meireles teria tido a idéia de criar a bola central da instalação após desembalar uma bala, amassar seu embrulho e jogá-lo no chão; o barulho dos cacos de vidro sendo pisado aproximariam-se, então, do som do papel da bala sendo amassado. Esse guia nos contou que seu fascínio pela arte contemporânea é devido ao fato de que ela admite infinitas leituras; se um visitante fala que os cacos de vidro são o mar, então eles realmente o podem ser.
Dentre as obras que mencionei na postagem anterior sobre Inhotim, Desvio para o vermelho havia sido temporariamente removida para outra exposição.
Nave Deusa, de Ernesto Neto, devido às normas do lugar, não podia ser percorrida pelo visitante, como era desejado pelo artista, o que acabou por limitar um pouco o envolvimeto com a obra.
Forty Part Motet realmente comoveu-me. É belíssimo o canto, e a capacidade de enternecimento é admirável.
Também posiciona-se entre minhas obras prediletas o vídeo Air Cushioned Ride, de Anri Sala. O ermo que reúne e desagrega transmite-me uma deliciosa sensação de liberdade, capacidade de alcançar novos e surpreendentes destinos e conhecer pessoas das mais diversas origens.
"Alguns lugares não guardam edifícios ou datas a serem lembrados, mas produzem sua própria trilha sonora." Frase retirada das anotações de Anri Sala.

Análise dos objetos interativos

Durante a aula de Plástica e Expressão Gráfica do dia 15 de maio, separamo-nos em trios para analisar os objetos de um outro trio. Meu grupo integrou, também, as colegas Cibele e Lívia. Analisamos os objetos dos colegas João, Rafael Gil e Sandro.

O objeto do Rafael Gil é composto por dois cubos, revestidos por uma textura metálica, que se unem através de velcros.
Um som é acionado quando se conecta um cubo ao outro, por isso a importância dos velcros, que induzem o usuário a, justamente, juntá-los; e, à medida que a pessoa movimenta o objeto, ela varia a resistência do circuito, alterando o som.
O objeto tem um tamanho bom para ser manuseado, porém sua forma distoa da maleabilidade proposta pelo movimento necessário para seu funcionamento, e também da ideia de virtualidade, já que é fixa.
O objeto é interativo, e virtual no sentido de ser aberto à ação e ao controle da pessoa que o manipula, completando seu significado somente no processo de uso; e de seus resultados não serem totalmente pré-determinados pelo autor.



O objeto do João Victor é composto por quatro tubos de PVC de diferentes tamanhos, uma mangueira e quatro bolinhas de alumínio.
Ao soprar no interior da mangueira, as bolinhas fecham um circuito cujo output é o acionamento de LEDS de cores diferentes;
cada tubo possui, em sua extremidade, um LED.
O uso do objeto é explicitado pela sua forma, que remete a uma flauta ou cachimbo.
No entanto, o resultado é imprevisível: o usuário, em um primeiro momento, é surpreendido pelo acender das luzes e é incapaz de controlar esse acendimento.
A possibilidade de reverter o uso do objeto é também muito interessante: se ele for virado para baixo, o input, agora, passa a ser o sugar.
A virtualidade consiste na necessidade de um usuário para que seu sentido seja completo.
Por um outro lado, a questão higiênica precisa ser resolvida.

O objeto do Sandro é constituído por um dodecaedro de acrílico, que abriga um circuito responsável pelo acionamento de LEDs.
O fato da forma do objeto, um poliedro, não ser convencional, o torna convidativo. Tal fato é reforçado pela bela aparência do objeto como um todo, além de sua leveza.
O toque nas faces do objeto propicia o acendimento das luzes e, à medida que ocorre o manuseio, há uma gradação bem sutil das cores, como uma espécie de resposta analógica. Daí deriva a interatividade requisitada.
A transparência do objeto auxilia a difusão da luz por toda sua extensão. Assim, a cor domina a forma, o que altera o aspecto do objeto.
A virtualidade reside no fato de que, por si só, o objeto não faz sentido, exigindo um usuário em constante interação.

domingo, 10 de maio de 2009

Processing #2














int x;

void setup() {
size(700, 650, P3D);
smooth();
}

void draw() {
translate(width/2 + 10, width/2, -mouseX*20);
rotate(x);
fill (mouseX,157 ,mouseY, 75);
noStroke();
colorMode(HSB, 100); //HSB corresponde à matiz, saturação e brilho
for (int a = 0; a < 100; a++) { //a++ equivale a operação a=a+1
for (int b = 0; b < 100; b++) {
stroke(a, b, 100);
point(a, b);
}
}
rect(width/2, width/4, 40, x++);
}

void mousePressed() {
background(255, mouseY, mouseX );
}

quinta-feira, 7 de maio de 2009

RESENHA DA EXPOSIÇÃO ARTE CIBERNÉTICA – MUSEU INIMÁ DE PAULA



Este estudo pretende analisar a exposição "Arte Cibernética", que está em cartaz no Museu Inimá de Paula, em Belo Horizonte, do dia 16 de abril ao dia 13 de junho de 2009.

A exposição tem curadoria de Júlio Martins e tem como artistas participantes: Regina Silveira, Raquel Kogan, Rejane Cantoni, Daniela Kutschat, Christa Sommerer, Laurent Mignonneau, Camille Utterback, Romy Achituv, Michel Bret, Edmond Couchot, Eder Santos e o coletivo de artistas belgas LAb[au]. Reúne oito obras do acervo de arte e tecnologia do Itaú Cultural.

A obra “Life Writer”, de Christa Sommerer e Laurent Mignonneau, consiste em uma máquina de escrever que produz seres com aparência insetívora. Trata-se de uma projeção na folha do papel. É o usuário quem dá vida aos seres à medida que datilografa. É possivel, inclusive, esmagar seres já criados.



“Pixflow 2”, do coletivo LAb[au], é uma escultura que, por meio de displays, mostra partículas fluindo em movimentos inesperados. Não há a palpável interação exigida por outras obras, mas o comportamento imprevisível desse artefato é o fator que incita o observar mais atento.



“Descendo a Escada”, de Regina Silveira, resume-se como uma escada virtual que transmite ao público a sensação da descida. Contudo, é o espectador quem deve adequar seus passos à projeção, o que acaba por torná-la menos verossímel e impactante.



“Reflexão #3”, de Raquel Kogan, é composta por vários números projetados na parede e refletidos em um espelho d’água. Os números movem-se com velocidade determinada pelos visitantes. A obra não chega a ser um motivo de pasmo.



“Text Rain”, de Camille Utterback e Romy Achituv, apresenta-se sob a forma de letras que caem como gotas de chuva. As letras interagem com a projeção da silhueta corporal do espectador, em acordo com seus respectivos movimentos. Corpos distintos e suas variadas ações conduzem a resultados artísticos igualmente diversos. Versos de um poema podem ser formados se letras suficientes forem agrupadas ao longo de um contorno. O aspecto arrebatador é incontestável.



“OP_ERA: Sonic Dimension”, de Rejane Cantoni e Daniela Kutschat, é uma espécie de harpa virtual que pode ser tocada pelo participante. A música, ainda que em timbres menos convencionais, sempre comove, sendo um elemento capaz de despertar o desejo de comprometimento com a obra.



“Memória (Cristaleira)”, de Eder Santos, exibe imagens projetadas e fragmentadas em meio a cristais e porcelanas. A platéia restringe-se à meditação, o que rompe o ritmo da exposição, na qual estímulos devem sempre atuar sobre as obras.



“Les Pissenlits”, de Edmond Couchot e Michel Bret, envolve a dispersão de sementes de dente-de-leão a partir do sopro do observador. Os efeitos finais dependem da intensidade e duração do sopro, o que incentiva o visitante a buscar resultados distintos, prolongando o tempo de interação com a obra.



A exposição foca as expressões artísticas agregadas à tecnologia. A interação com o público é presente na maioria das obras, o que leva a um maior envolvimento dos espectadores, que "criam" sobre as criações alheias. Ao contrário da pura contemplação verificada nos museus tradicionais, a influência recíproca entre visitante e arte é essencial para que o propósito último dessas obras seja alcançado, de onde provém a singularidade das mesmas.

Isadora de Castro Silva, acadêmica do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).